segunda-feira, 28 de março de 2011

A Problemática Socioambiental no Setor da Reciclagem

A Problemática Socioambiental no Setor da Reciclagem
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Mauro Schorr do Anima*
A questão social mais problemática ligada ao lixo e resíduos domissanitários e
industriais refere-se a população que vive da sua coleta particularizada,
sobretudo por que são identificadas com um exército de indivíduos excluídos, que
vivem em baixíssimas condições socio-econômicas, com índices elevados de
subnutrição, miséria, violência, consumo de drogas e álcool, que não conseguem
serem absorvidos pelo mercado de trabalho e serem respeitados pela sociedade.
Assim torna-se fundamental ações de educação ambiental, sanitária e agronômica
para fornecer-se a devida assistência social para estas populações de baixa
renda, que estão em sua maioria abandonadas ou desassistidas pela sociedade.
Estas ações devem ser realizadas com um conjunto de reuniões com suas principais
lideranças, para que possamos ouvi-las, tentando sanar suas deficiências e
principais reindivicações. Normalmente estas reindivicações referem-se a
necessidade de:
- Um galpão para a descarga de caminhões e carrocinhas que fazem a coleta de
determinadas regiões;
- A disposição de containers para o armazenamento de produtos a serem vendidos e
reciclados;
- O financiamento de ferramentas, macacões, luvas, chapéus e botas;
- Educação para as crianças em escolas e creches;
- Aquisição de alimentos e cesta básica, que podem ser trocadas
pelo material reciclado;
- Auxílio na comercialização de produtos reciclados;
- Financiamento de sementes e mudas, insumos, ferramentas para a montagem de
hortas, pomares, plantio de árvores, pequenos centros de costura, tecelagem,
marcenaria e outras micro empresas;
- Apoio para a alfabetização de adultos;
- Apoio em microcrédito para a criação de animais domésticos como aves, suínos,
caprinos, bovinos e eqüinos;
- Financiamento ou auxílio para a aquisição e conserto dos carinhos de catação
de resíduos – carrinheiros;
Assim surgem dezenas de iniciativas que exigem a elaboração de projetos e
subprojetos socio-ambientais em determinadas localidades, que podem fortalecer
um Programa de Educação Ambiental mais amplo para a região ou os municípios que
estão relacionados, promovendo uma melhoria da qualidade-de-vida das populações
que auxiliam na coleta de lixo em determinadas ruas e localidades, economizando
o uso de caminhões e consumo de diesel.
Não podemos desprezar estes batalhões populares em prol do uso de funcionários
registrados das empresas particulares. Normalmente estas populações voltam-se
contra o projeto econômico de coleta e reciclagem destas empresas, pois seu
nível de educação e cidadania ainda dependem da coleta de resíduos e venda de
reciclados para sobreviver, aos poucos com o financiamento de pequenas
microempresas e uma política adequada de educação ambiental, podemos deslocar
estas populações para serem melhor aproveitadas pela sociedade em empregos e
novas oportunidades de trabalho.
O objetivo maior destes projetos socio-ambientais será combater a fome e a
miséria das populações de baixa renda, melhorar sua qualidade-de-vida,
introduzindo novos padrões culturais, relacionados sobretudo com a educação de
práticas agroecológicas, ambientais e de saúde comunitária.
Assim percebemos a necessidade de propor-se mecanismos simples e de baixo custo
que possam combater diretamente a precariedade alimentar e os custos econômicos
excessivos da cesta básica familiar e da merenda escolar, afora o mal
aproveitamento dos terrenos e ambientes disponíveis nos bairros e na periferia
das escolas, postos de saúde e associações comunitárias. Insistir implementar
uma agricultura agroquímica no Brasil, enquanto dispomos de inúmeros insumos
orgânicos, mercados excelentes, qualidade nutricional e necessidade real com a
agricultura orgânica ou agroecologia, amplifica a resolução de inúmeros
problemas com a saúde pública, reciclagem de resíduos, economia de recursos,
melhoria da qualidade ambiental e ecológica familiar, zonal e municipal. Como
vamos propor e inserir novos modelos de desenvolvimento que resguardam os
conhecimentos tradicionais e adapta-os com as recentes inovações ecológicas é um
desafio que os membros da comunidade podem traçar e desenvolver juntos, com a
formação de metodologias próprias encontradas em ada realidade.
Possivelmente o grande desafio é tentar-mos motivar a comunidade a optar por um
novo desenvolvimento sustentável brasileiro, que é a chave para a transformação
real e segura de nossa nação para padrões de crescimento mais sólidos, seguros,
corretos, que poderão trazer uma qualidade de vida tão ou muito superior a
encontrada nos países mais desenvolvidos inclusive, e isto com ações simples,
conhecimentos básicos ligados a educação ambiental, agricultura orgânica,
nutrição vital, saúde comunitária, medicina preventiva e natural, e que
justamente não consideramos que estejam ultrapassados, mas que não estão sendo
aproveitados corretamente pelas políticas públicas brasileiras que optam por
entregar o alimento industrial sintético pronto, ao invés de insistir no seu
adequado cultivo e utilização alimentar. Notavelmente são estas as disciplinas
que formam um novo paradigma holístico e emergente, fundamental para o
equacionamento de nossos tão graves problemas sociais e ambientais.
Estatísticas Oficiais e Dados Úteis sobre a Reciclagem
O Brasil produz 241.614 ton de lixo por dia. Deposita 76 % em lixóes, 13 % em
aterros controlados e 10 % em aterros sanitários. Somente 0.9% são compostados e
incinerados.
Isto quer dizer: 183.626 ton por dia de lixo são jogadas fora, literalmente no
lixo, para nunca mais serem utilizadas para nada. Por mês: 5.692.425 ton ou
quase 6 milhões de ton por mês/ano depositadas para nunca mais se ver, e por
ano: 68.309.109 ton ou quase 70 milhões de ton no Brasil são perdidas em lixóes.
Imaginem o impacto disso tudo no ecossistema !
E 65 % do lixo no Brasil é orgânico, sendo 53 % advindo de comida desperdiçada;
25 % é papel; 4 % metal; 3 % vidro; e 3 % plástico.
A coleta seletiva é feita somente por 80 municípios no Brasil. E só, quando
deveria ser prioridade dos prefeitos e dos candidatos a eleição. Mas ninguém
esta cobrando isso.
40 % do total dos municípios não recebem nenhum serviço de coleta de lixo!
A população mundial cresceu 18 % e a quantidade de lixo aumentou seu consumo em
mais de 25 % nos últimos 30 anos (1970 a 1999). Será que a globalização do
consumo e do acúmulo de bens na maioria pouco duráveis não está precisando ser
bastante questionada, inclusive pelos “presidenciáveis” ? Onde estamos errando
na questão do lixo, no consumo, em nossas programações e políticas
internacionais de massa, será que o FMI e o Palácio do Planalto não estão vendo
o pesadelo que a elevação do consumismo mundial poderá causar ao nosso planeta,
isto tudo exige uma mudança cultural e um novo enfoque de busca de sabedoria
para a humanidade poder atuar melhor com mais qualidade e eficiência e poluindo
bem menos ?
Cada pessoa no Brasil produz em média 400 gr de lixo por dia, como um teto
mínimo, então em uma cidade de 2 milhões de habitantes temos 800.000 kg de lixo
sendo produzidos e coletados. Perceba os caminhões de coleta, tamanho dos
lixóes, pericolosidade de doenças, gastos de diesel, pneus, óleos e quantidade
de Urubus ...
Em Sampa (SP) são 15.000 ton de lixo por dia, e que necessitam 3.750 caminhões
baú por dia. É a santa guerra da coleta do lixo diária nas grandes cidades de
todo o planeta.
Papelão: o consumo de papelão no Brasil está em torno de 4.6 milhões de ton.
Recicla-se 37 % do total ou 1.7 mil de ton. Existe 22 categorias de papelão e 86
% é gerado pela industria e comercio. O preço médio de venda do reciclado é R$ -
0.10/Kg.
Isto quer dizer que temos 1.5 a 2 milhões de reais sendo reciclados com o
aproveitamento do papel. Graças a Deus! Mas isto é menos da metade... é que
faltam como tudo neste pais, políticas sérias neste setor ... a ecologia é da
boca para fora !
Papeis Ondulados: ou corrugado, é usado em caixas de transporte, normalmente
chamado de papelão, e possui uma sanfona de papel em suas camadas internas, que
serve como proteção contra impactos. O Br recicla 720 mil ton de papel ondulado
por ano o que representa 48.9 % do total das aparas encaminhadas para
reciclagem. A produção nacional é de 1.2 milhões de ton por ano.
Preço médio do papelão ondulado: R$ - 0.05/kg.
Aviso: Papéis não recicláveis: etiquetas auto-adesivas, papel carbono, fita
crepe, papéis sanitários, papéis metalizados, papéis parafinados, papéis sujos,
guardanapos, tocos de cigarros e fotografias.
Latas de Alumínio: cada brasileiro consome 25 latinhas por ano em média, e nos
USA o consumo é de 375 latinhas por ano, ou 15 vezes mais !
Se 100 milhões de brasileiros consomem 25 latinhas por ano temos um total anual
de: 2.500.000.000 milhões ou 2.5 bi de latinhas.
61 % da produção de latas é reciclada no Brasil, no Japão é de 57 %, na
Inglaterra é de 23 %, Alemanha 22 %, Itália 22 %, USA 63 % o que equivale a 62
bi de latas por ano.
O preço médio da latinha em SP: R$ - 0.65 reais o quilo e que equivale a 64
latinhas.
Para reciclar-se uma tonelada de latinhas gasta-se 5 % do total de energia gasta
para produzi-la inicialmente, e estes 5 % equivalem a ligar-se uma televisão
durante 3 hs!
Cada ton de alumínio usada na produção de latas necessita de 5 ton de bauxita
para produzi-la.
Então o que podemos sugerir para substituirmos o alumínio, a bauxita e as
bactérias que infectam o engarrafamento, armazenamento e o consumo de latas? Há
tentativa de usar-se fibras vegetais, barro, argila, cerâmica, tecidos vegetais
oriundos de enzimas de microorganismos e algas, que parecem ser mais saudáveis e
orgânicos ou totalmente recicláveis, e inclusive são mais artesanais e bonitos
do que as latas. Mas ainda são pesquisas experimentais bastante desprezadas e
incipientes tentativas... para quem necessitamos apelar para que enxerguem e
busquem alternativas para esta questão: para o Greenpeace, a WWF, a Embrapa, o
FNMA, o Ibama, a Jaico, Fundação Gaia, a ONU ?
Talvez seja mais fácil a Brahma, Antártica, Skoll, Kaiser financiarem pesquisas
neste sentido. Sabe-se que já atuam no ramo da reciclagem e com bons programas
neste setor.
Vidro: o vidro é feito de areia, calcário, barrilha, feldspato eé reciclado em
uma taxa de 27.6 % no Brasil, principalmente as embalagens, ou 220 mil ton de
vidro por ano. Deste total 5 % são geradas por engarrafadores,10 % por
sucateiros, 6 % por coletas produzidas por vidrarias. Outros 12 % são refugos de
vidro gerados por fábricas.
Nos USA recicla-se 25 % ou 3 milh de ton e no Japão 56 % ou 1.3 milh de ton.
O preço médio da sucata em SP é de R$ - 0.04/Kg de vidro.
Aviso: Vidros não recicláveis: espelho, vidros planos, lâmpadas, cerâmica,
porcelana e tubos de TV.
Plástico: são produzidas 210 mil ton de plástico por ano, e 15 % são reciclados
por ano de plásticos filmes e rígido (resina PEBD). O plástico filme entra na
composição de embalagens de supermercados, de leite, sacos de lixo, lonas
agrícolas, e proteção de alimentos nas geladeiras e microondas.
Nos USA equivale a 38 % das embalagens e somente reciclam-se 3.2 %.ou 30 mil ton
por ano.
A reciclagem de PET (Polietileno Tereftalano) como o usado nas garrafas de
refrigerantes está em 21 %, totalizando 22 mil ton. Consome 30 % da energia da
produção inicial para ser várias vezes utilizada na industria de carpetes,
tapetes, bandejas de frutas e diversos utensílios de limpeza, etc.
No Brasil reciclam-se desta forma mais de 70 milhões de garrafas de
refrigerantes. Nos USA reciclam-se 30 % de PETS por ano.
Preço médio em SP: R$ - 0.22/kg.
O plástico rígido é o material que compõe cerca de 60 % das embalagens plásticas
no Brasil, e é utilizado no fabrico de canos, tubos, conexões, baldes, fibras
têxteis, eletrodomésticos, calçados, etc. O Br consome 1.8 milh de ton por ano,
e 350 mil ton são perdidas em aterros; 15 % são reciclados ou 200 mil ton por
ano; 60 % de provêm de lixo industrial e 40 % de lixo urbano. Nos USA recicla-se
13 % por ano de plástico duro.
Aviso: Plásticos não recicláveis: cabos e panela, tomadas, embalagens de
biscoito, misturas e plástico com papeis e metais.
Embalagens Longa Vida: é composta de dúplex (75%), polietireno de baixa
densidade (20%) e alumínio (5%). A vantagem da utilidade desta embalagem é que é
considerada a maior fonte alternativa para evitar- se a refrigeração industrial,
que é a produtora de CFC –Clorofluorcarbono, substância que afeta a camada de
ozônio.
65 % das embalagens são recicladas na Alemanha ou 124 mil ton. Cada ton de longa
vida reciclada equivale a 650kg de papel kraft, o que economiza o corte de 20
árvores de reflorestamento. Os resíduos são
transformados em papel toalha, sacos industriais, solados de sapato,
tapetes de carro, etc.
Pneus: O Br produz 32 milh de pneus por ano e 30 % é exportado. A
recauchutagem alonga a vida do pneu em 40 %. Os pneus e as câmaras
consomem 70 % do total da borracha brasileira.
Somente 10 % da borracha é reciclada contida nos pneus. Os carcaceiros recuperam
14 milh de pneus por ano sob diversas formas no Br. Os USA geram 275 milh de
pneus e estocam 3 bi de carcaças. Como
um enorme cemitério a céu aberto ...
Quem vende pneus deveria pesquisar formas de reciclar seus componentes, estas
pesquisas tecnológicas tornam-se urgentes para todo o planeta e podem gerar
milhões de reais de economia, por que não sabe-se o que fazer com os pneus que
ficam sucateados.
Curiosidades do Lixo:
Cada ser humano produz entre 0.3 a 1 kg de lixo por dia, então observe mais seu
lixo e veja se você pode separá-lo em sua casa, reciclando o que puder de
material orgânico na forma de compostos, minhocários, enterrando no quintal,
adubando o pomar, a horta, ou fazendo adubos líquidos.
A cada ton de papel produzida 12 árvores são abatidas.
O papel limpo demora 2 a 4 semanas para decompor na natureza.
A lata de alumínio demora de 200 a 500 anos.
O plástico 450 anos.
O tecido de algodão 1 a 5 meses.
Madeira pintada 12 anos.
Chiclete 5 anos.
Alguns agrotóxicos 10 a 100 anos.
Projetos Socio-ambientais nas Escolas
  Um dos meios sociais mais interessantes que podem se tornar parceiros para o
  sucesso de um programa de educação ambiental na área de resíduos
  domissanitários e industriais refere-se a articulação com as diretorias das
  escolas públicas e particulares. Normalmente as escolas comemoram o dia do
  meio-ambiente, dia do índio, dia da árvore e preocupam-se em educar e orientar
  as novas gerações, pais e seus funcionários sobre assuntos importantes
  relacionados a higiene pessoal, saneamento local, coleta e disposição correta
  de lixo e esgoto. Porém a massificação cultural imposta pelos meios de massa
  convencionais distancia as metas educativas e ecológicas das escolas, fazendo
  com que percamos o terreno dos valores e práticas éticas e educativas para os
  valores de consumo de massa, valorização do poder do capital, do acumulo de
  bens industriais e da competição entre indivíduos, enfim torna-se um desafio e
  uma meta dos diretores e dos ambientalistas disseminar as práticas de educação
  ambiental nas escolas, que por outro lado estão normalmente desprovidas de
  recursos para embelezarem e manterem a sua infra-estrutura como jardins e
  quintais, hortas, pomares, centros modelos de reciclagem, viveiros, produção
  de mudas de plantas ornamentais, herbários e árvores frutíferas.
  Não se trata de tentarmos transformar as escolas situadas em bairros e centros
  urbanos em escolas agrícolas, não é este o objetivo, mas de mantermos os
  valores éticos e ecológicos ativos, conforme a solicitação da legislação
  ambiental brasileira e a recente Lei Federal de Educação Ambiental no.
  9665/1999, que prevê a aplicação das diretrizes de educação ambiental em todas
  as disciplinas das escolas. Assim a nossa experiência demonstra que
  principalmente os alunos não possuem um conhecimento adequado em torno da
  ecologia prática, desconhecendo espécies vegetais, animais, a flora e a fauna
  nativa, bem como não sabem mais plantar árvores e nem hortaliças, cereais,
  produzir adubo, montarem sementeiras, e aproveitarem melhor os princípios
  ativos contidos nas ervas medicinais ou na fitoterapia brasileira.
De maneira oposta, o consumo massivo de refrigerantes, alimentos sintéticos, a
exposição das crianças a músicas eletrônicas, uso de drogas, cigarros, álcool e
prostituição infantil são muito comuns e até generalizadas. Um Programa de
Educação Ambiental está atento a esta realidade, buscando a sua transformação
para que o desenvolvimento sustentável brasileiro tenha sua direção e progresso
acelerado e adequado a melhoria social, educacional e econômica de nossa nação.
As escolas então poderão receber palestras em salas de aula e auditórios,
folders, apostilas, vídeos, experiências em hortas
escolares com a participação pratica de alunos, pais e professores, a construção
de pequenas estufas plásticas, com a reciclagem de garrafas, o uso de latões
para coleta seletiva para orgânicos, plásticos, vidros, madeira, metais; a
visita à Centros de Educação Ambiental e à Unidades Móveis de Educação
Ambiental.
Um pequeno orçamento para a doação de sementes, adubo, mudas de plantas
ornamentais, flores, árvores, ervas medicinais, pode ser disponibilizado. Também
sempre é interessante descrever uma lista de escolas estratégicas para serem
visitadas e assistidas por programas, com uma dimensão do número de alunos que
poderão ser instrumentalizados e capacitados.
Projetos de Educação Ambiental nos Postos de Saúde
Necessitamos incorporar o apoio dos médicos, enfermeiros e agentes de saúde das
comunidades, prefeituras e cidades, pois o combate as enfermidades que são
geradas pela influência do lixo são prioridade na saúde pública brasileira.
Estes programas de educação ambiental devem planejar a elaboração de convênios
com secretarias de saúde locais para que participem de Unidades Móveis de
Educação Ambiental - UMEA fornecendo folders, livros, apostilas, medicamentos,
vacinas, análises de sangue, urina, fezes, água, matéria orgânica, coliformes
fecais e forneçam atendimentos com exames clínicos de rotina em conjunto com as
ações de educação ambiental. Um serviço odontológico estima-se que pode ser
colocado nesta UMEA, melhorando a qualidade de serviços para a comunidade em
geral. As mudas de ervas medicinais podem ser oferecidas ou mesmo cultivadas ao
redor dos postos de saúde, bem como chás e compostos fitoterapicos poderão ser
distribuídos para a população de maneira gratuita.
Projetos de Educação Ambiental em Empresas
Algumas empresas possuem a necessidade de capacitar seus funcionários e técnicos
em educação ambiental e em uma nova cultura sustentável brasileira, que objetive
aprimorar e melhorar a sua qualidade-de- vida. Por outro lado, outras empresas
possuem resíduos industriais que emergencialmente necessitam serem deslocados e
armazenados em locais adequados. Sabe-se da grande receita que isto pode gerar
para as usinas de tratamento de resíduos domiciliares e industriais, onde os
valores são cotados em dólares/tonelada/tempo e forma de armazenamento conforme
a legislação internacional.
Assim torna-se estratégico para os programas sociambientais - PSAs lançarem um
convite para as empresas de destaque dos municípios para que participem
conjuntamente abrindo espaços para a realização de palestras e seminários,
campanhas promocionais, com a distribuição de apostilas, folders, livros,
brindes como camisetas, bonés, chaveiros, pastas e canetas e sacolas plásticas.
Alguns espaços dentro de fábricas e indústrias podem ser aproveitados para a
formação de modelos de compostagem e de reciclagem de resíduos. Inclusive há
tentativas de utilizar-se cerca de 2.5 % do ICMS para a agroecologia municipal,
2.5 % para o incentivo na manutenção de RPPNS e 2.5 % para a proteção de
mananciais e bacias hidrográficas. Parte do imposto de renda atualmente no
Brasil também pode ser aproveitado para PEÃS e PSAs e na proteção da cultura
sustentável brasileira e do meio-ambiente.
As Soluções para os Municípios e o Brasil
O que ocorre é que cada município no Brasil deveria ser apoiado por um Programa
Federal de Desenvolvimento Sustentável, que atuará junto com as lideranças
locais e os prefeitos, identificando a busca de soluções em setores estratégicos
e principais como:
- Agricultura sustentável, agroindústrias, geração de renda e empregos com a
comercialização e exportação de produtos agrícolas;
- Educação rural e urbana; assistência social; educação ambiental nas escolas; -
Saúde Pública e saneamento; combate a fome e a miséria, creches e hospitais; -
Industria e comercio; um estudo para melhorar a qualidade da matéria-prima e dos
produtos;
- Meio ambiente e turismo; RPPNS, proteção e valorização de
áreas ambientais; recuperação de áreas degradadas;
- Transporte e geração de energia hidrelétrica; energia solar,
eólica,
Como a maioria das prefeituras obedecem a modelos ultrapassados e convencionais,
e ainda por cima possuem a corrupção inviabilizando os
programas temos uma perda do potencial na resolução de nossos problemas muito
alta, por isso que nosso país ainda é considerado de III mundo e o que é
paradoxal, com uma continentalidde e riqueza natural impar neste planeta. Então
temos que potencializar esta discussão e importância do desenvolvimento
sustentável nas prefeituras de norte a sul de nosso país. Pode ocorrer novamente
um expressivo e notável crescimento econômico se optarmos pelo caminho mais
correto, que é a mudança de cultura e não apenas este conto de fadas populista
que são empregos, aumento de PIB, nada disso equivale em poder de transformação
do que elevarmos e aumentarmos a qualidade de nossa cultura sustentável
brasileira e mundial.
Isto em outras palavras significa que o povo vai comer mais alimentos
nutritivos, verduras, legumes, ervas medicinais, vitaminas, vai adquirir
produtos melhores, de maior durabilidade, e vai consumir menos porcarias
descartáveis, álcool, drogas, e vai ainda obter uma
maior cidadania. A democracia pode ser mais valorizada no Brasil, pois ainda
estamos muito acostumados a uma mentalidade patronal,
militar e coronelista em todos os setores de nossa sociedade. Abram bem os olhos
de vez para o III milênio que exige sustentabilidade e uma maior participação
comunitária. A humanidade ainda quer hipnotizar-se com os delírios do
capitalismo sem medidas, mas está pisando em uma grande areia movediça, ou não
percebe que cada vez pesa mais a atmosfera planetária, e a natureza vai dando
sinais que não suporta tanta destruição e exploração.
Então que possamos aprender a termos mais tempo para reciclar, separar e
aproveitar nossos resíduos... Que possamos nos desapegar de tantas coisas
inúteis, sem poder espiritual e vital, que as doemos aos pobres ou de condição
econômica
de maior necessidade...
Que valorizemos o verde em nossas ações e corações...
Que Curitiba ao invés de uma superestrutura de metrô, que vai
consumir milhões de reais, coloque energia elétrica nos seus ônibus
expressos e assim vai poluir menos seu ar, sua cidade e vai economizar muito
mais petróleo e gasolina...
Que a capital São Paulo encha de árvores como Eucaliptos e Citrus, Ervas
Medicinais como Citronelas, e o Aguapé o seu rio Tietê, para despoluir seu ar
tão cheio de fumaça... Que Brasília pare de usar tantos agrotóxicos nas suas
APAS e nos seus mananciais...
Que antes de comprarmos as coisas busquemos realmente perceber se a
necessitamos, buscando um equilíbrio em tudo, não um retrocesso e nem um avanço
muito moderno para um mundo impossível de ser sustentado por nossa sociedade e
pelo nosso próprio futuro.
Mauro Schorr: Eng. Agrônomo, Naturopata, Terapeuta, presidente da Associação
Anima de Cultura e Desenvolvimento Sustentável:
E-mail: animabc@terra.com.br;
Fone: 041 – 912983805 – 264 521
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